Uma pessoa pode ter uma dor constante, apresentar sempre o mesmo sintoma ao seu médico, e na verdade, ser uma manifestação psíquica ligada a um evento traumático. A palavra somatos vem do grego e significa corpo, mas comumente encontrada por somatização que significa uma reação do corpo a um evento da vida, a alguma emoção e pode afetar qualquer idade prejudicando a vida social do indivíduo.
O transtorno somatoforme, assim chamado, se caracteriza por um salto do psíquico para o orgânico, com predominância de queixas relacionadas aos órgãos e sistemas, como por exemplo, queixas cardiovasculares, digestivas, respiratórias, etc.
A pessoa somatoforme não tem uma explicação médica aparente, mas vivencia sintomas reais, ou seja, as dores são sentidas como físicas mas tem origem puramente emocional.
Segundo Lipowiski (1988):
“Somatização é
definida aqui como uma tendência para experimentar e comunicar desconforto
somático e sintomas que não podem ser explicados pelos achados patológicos,
atribuí-los a doenças físicas e procurar ajuda médica para eles”.
O professor Mammoli (2000) afirma que a doença se manifesta através de
órgãos ou funções susceptíveis, pela maneira que o indivíduo administra seus
conflitos. Seja com seu mundo exterior, com seu mundo intrapsíquico ou ambos. Esses conflitos provocam
manifestações somáticas, psíquicas ou de ambos os tipos, em proporção variável,
pois dependem de cada indivíduo e de suas possibilidades e potencial genéticos.
Se quisermos compreender os sinais, sintomas, causas e desenvolvimento, precisamos
considerar a lesão como consequencia da administração individual dos
transtornos psíquicos - funcionais. O que leva o indivíduo até a doença está
ligado ou ao seu passado ou a uma situação conjuntural cujos conflitos não
estão afetivamente e emocionalmente resolvidos. É em função desses vínculos que a doença se apresenta como um efeito de estresse potencialmente desequilibrador.
Portanto a doença:
• Cria sistemas de interação, de comunicação externa, internas ou ambas.• Desvenda a fragilidade humana
• É impedimento existencial, no estar, no desempenhar.
• Evoca a imortalidade e a mortalidade
· Afeta pessoas diretamente ligadas ao paciente.
• Atua sobre o inconsciente coletivo.
Sintomas mais comuns relatados por pacientes com transtorno somatoforme:
Sintomas gastrointestinais:
Vômitos
Dor abdominal
Náuseas
Distensão abdominal e excesso de gases
Diarréia
Intolerância alimentar
Sintomas dolorosos:
Dor difusa (“sou
inteiramente dolorido”),
Dor nas extremidadesDor nas costas
Dor articular
Dor durante a micção
Cefaléia
Sintomas cardiorespiratórios:
Falta de ar em repouso
Palpitações
Dor no peito
Tonturas
Sintomas pseudoneurológicos:
Amnésia
Dificuldade para deglutir
Perda de voz
Surdez
Visão dupla ou borrada
Cegueira
Desmaios
Dificuldade para caminhar
Pseudocrises epilépticas
Fraqueza muscular
Dificuldade para urinar
Sintomas dos órgãos reprodutivos:
Sensações de queimação nos órgãos sexuais
Dispareunia
Menstruação dolorosa
Ciclos menstruais irregulares
Sangramento vaginal excessivo
Vômitos durante toda a gravidez
Síndromes:
"Alergias
alimentares” vagas
Precordialgia atípicaSíndrome da articulação temporomandibular (ATM)
“Hipoglicemia”
Síndrome da fadiga crônica
Fibromialgia
"Deficiência vitamínica” vaga
Síndrome pré-menstrual
Múltipla hipersensibilidade química.
Entre as possíveis queixas devem estar presente vários (mais de 3) sintomas vagos ou exagerados em sistemas orgânicos diferentes e essas queixas devem ter uma evolução crônica de mais de 2 anos.
Ao encontro desse resultado não se pode também sair por aí afirmando que se tenha um transtorno somatoforme, é preciso um diagnóstico completo, preferencialmente de um psicólogo. E ainda deve ser considerado que a maioria dos sintomas também ocorre em pacientes com patologia orgânica e justificam uma investigação médica segura. Nem sempre os médicos estão atentos a essa possibilidade, por isso é necessário que as pessoas acompanhem seus sintomas sempre com o mesmo médico.
O paciente somatizador tem muitos sintomas, em sistemas diversos que
persistem por tempo demais e costumam chamar a atenção do médico por
apresentarem uma intensidade desproporcional com relação ao aspecto saudável do
paciente.
Os sintomas geralmente estão ligados à depressão ou ansiedade. Para o tratamento deve se considerar psicoterapia individual, grupal, familiar ou psicopedagógico o que não descarta a possibilidade do uso de medicamentos (encaminhamento a psiquiatria).
Fonte:
www.artigonal.com (2000)
www.cienciasdasaude.famerp.br
(2004)www.Psiqweb.med.br (2011)
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