Segundo o Dalai Lama:
“Bem, lidar com os outros é uma questão muito complexa.
Não há como calcular uma fórmula única que possa resolver todos os problemas. É
um pouco como saber cozinhar. Quando se está preparando uma refeição deliciosa,
uma refeição especial há vários estágios no preparo. Pode-se primeiro ter de
ferver os legumes separadamente. Depois se tem de fritá-los, para então combiná-los,
de um modo especial, adicionando temperos e assim por diante. E, finalmente, o resultado seria esse prato delicioso.
Assim, da mesma forma, para ter talento para lidar com os outros, muitos
fatores são necessários.”
O mestre com seu oceano de sabedoria compara a relação com o
outro como uma fórmula tão íntima como o ato de cozinhar. Realmente faz todo o
sentido porque sempre achamos a comida de outras pessoas mais gostosa, estamos
sempre repetindo – “Quando eu faço não fica tão gostoso, qual é o segredo?”.
A forma como cada um lida com as suas relações afetivas é singular,
segundo Dalai Lama cada um de nós tem seu jeitinho, usamos nossa sensibilidade para
descobrir a melhor forma de conviver com o outro, como na relação a dois.
Um dia é mais apimentado, outro mais doce, as vezes azedo ou
amargo mas continua-se exercendo alguma obra sobre o companheiro ou companheira
que se transforma no amor e carinho, na compreensão e compaixão, no alento da
união.
Inclusive com amigos e familiares treinamos o modo de driblar
o mal humorado e estressado, de lidar com as divergências e opiniões, de corrigir
os erros e saber a hora certa para isso, tudo da mesma forma que temperamos a
nossa comida feita com prazer.
O seu tempero não é segredo e pode ser passado adiante, mas nunca
será do seu jeitinho, pois terá a pitada de outra pessoa na dose, no tempo de
preparo, no toque e no prazer de quem o reproduziu.
É assim que vamos tecendo a nossa teia de afetividade, conquistando
um afeto condizente com o modo de temperar a relação que ninguém tem igual ao
seu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário